MÊS DE MAIO (ORIGEM DO NOME)

02/05/2024 16:06

O nome provêm da mitologia grega onde MAIA MAIESTAS, uma ninfa da Arcádia, filha do gigante ATLAS, desposada por ZEUS, foi mãe de HERMES. Deusa da fértil estação das chuvas, está representada como a mais bela estrela das plêiades (Constelação representada na Abóbada Celeste). MAIA significa "pequena mãe", como se diz de uma avó idosa: "vovózinha", "ama de leite" ou mesmo "parteira". Dessa sua habilidade, a de parir, derivou o termo "maiêutica", “arte de partejar”, que tem por expoente Sócrates, cuja prática filosófica desenvolveu e que consiste em perguntas sobre determinado assunto, levando o interlocutor a descobrir, ele mesmo, a verdade sobre algo que questionou. Sócrates entendia que todo o conhecimento está latente na mente humana, e seu método estimulava com perguntas sabiamente direcionadas, sem dar ele mesmo as respostas, as quais deveriam ser buscadas pelo seu interlocutor, aprendiz, aluno, discípulo, a serem por esse encontradas no fundo de si, lá no âmago onde deveriam ser "paridas", isto é, aflorar o conhecimento presente em todo o ser pensante, o que conseguia gradualmente a partir desses estímulos. “Só se pode alcançar a verdade se dela a alma estiver grávida”, então, "Conhece-te a ti mesmo" e descobrirás quem és. Tal a intenção, a dialética socrática: a verdade está no Homem, cabendo a ele refletir e atingir as chamadas "verdades universais". A mãe de Sócrates era parteira, e nela pensando, Sócrates usou essa expressão adotando o método para trazer à luz (parindo o conhecimento inerte nos indivíduos). Coube a Platão desenvolver os diálogos maiêuticos entre Sócrates e o jovem Teeteto (séc. IV a.C), uma vez que Sócrates não deixou nada escrito. Outro que adotou a maiêutica foi Agostinho de Hipona com seu interlocutor Evódio (séc. V da nossa era). Ambos partem de perguntas simples e até ingênuas – a chamada fase irônica (palavra grega “eirein” = quesquionar,) a maiêutica é alcançada quando o conhecimento eflui, nasce, a partir das conclusões a que o interlocutor descobre que tudo aquilo estava em si. Na fase da ironia o filósofo induz o discípulo a se contradizer o tempo todo, pois busca o mais puro do entendimento, não a facilidade da resposta. Dessa forma, o interlocutor era levado a duvidar sobre o assunto que julgava conhecer, até o momento em que admitia ignorância em relação ao tema. O objetivo não é o de constranger, mas sim, purificar o conhecimento, desfazendo ilusões, preconceitos ou conhecimentos baseados em opiniões, sem fundamento racional. A maiêutica tira de dentro o que ali havia, como no parto de um bebê, que não se sabe se menino ou menina, se vivo ou morto, se bem ou mal formado,  além de outras características, o que produz, no final do processo, um discípulo que realmente passa a saber que sabe tudo quanto o seu mestre sabia, mas agora não só o básico – que nem sabia possuir, mas toda a complexidade do entendimento: ao se ver despojado de tudo o que acreditava não saber (ignorância), ou saber, ainda que pouco (insipiente), a luz lhe foi dada e passa a ter a luz de um novo conhecimento.

 


Crie um site grátis Webnode