Para pensar...

Se não é um "provérbio": O JUSTO QUE SE SENTE SATISFEITO COM SUA VIRTUDE NEGLIGENCIA SEU APERFEIÇOAMENTO MORAL! Sempre há uma forma de aprimoramento. A escova de dentes primitiva era de lascas de bambu... Verdadeiramente servia para limpeza, mas não podia jamais parar. A mais atual dessa ferramenta ainda comporta tecnologia que a colocará no mesmo estágio de quando era... bambu! A lição é: sejamos FERRAMENTAS passivas para que nos utilize o bom obreiro, mas vamos ativamente servindo de INSTRUMENTOS da Arte Real na busca pela felicidade dos povos, afastando o obscurantismo divulgando as verdades (luz onde existam trevas), esclarecendo os incultos e ignorantes (para que não caiam ou se mantenham no erro; se elevem), NUNCA ofender a pessoa, mas combater firmemente o vício, não o viciado; a tirania (do falso saber); os preconceitos (a verdade sabida, que não é a Verdade); e, os erros (quem não os comete nada tentou na vida; errar é humano, manter-se no erro é desumano; quem pouco pensa erra muito, DaVinci).

É proverbial, quase bíblico. Os detentores da verdade se acham no seu casulo e não investigam sequer se é verdade o que acham ser verdade, isto é, a têm como verdade acima de qualquer outra verdade. É aforisma consagrado ninguém ser dono dela, ninguém possuir a verdade incontestável. O que chamamos de "verdade" é apenas uma estação do nosso conhecimento, mas comporta nova visão, alterando tudo, ou mesmo aperfeiçoando (era verdade, mas imperfeita, e continuará eternamente sendo aperfeiçoada, se procurá-la, alerta Wirth), mas para isso terá que subir degraus, ir até uma nova estação (que pode ser o outro ali disposto a esclarecê-lo).

“Aquele que crê possuir a verdade não se preocupa em procurá-la, da mesma forma que o justo satisfeito com a sua virtude negligencia o seu aperfeiçoamento moral… a intuição dirige-se aos espíritos inquietos, àqueles que não se satisfazem com aquilo que puderam aprender… Aquele que adere a um intangível credo religioso, filosófico, científico ou político comete um erro em dirigir-se à porta do Templo: aí só poderá comportar-se como um intruso… A vocação iniciática encontra-se no seio desses vagabundos espirituais que erram na noite após terem desertado da sua escola ou igreja por lá não terem encontrado a verdadeira Luz.” – Oswald Wirth